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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Livro - Ruído Branco | Don Delillo


A HISTÓRIA

Pensar na morte traz ameaças. Ameaça à consciência; à liberdade; o prazer e, principalmente, à vida.

Me indicaram esse livro sob um resumo mal formulado. Uma nuvem tóxica aparece repentinamente em uma pequena cidade americana e traz consequências irreversíveis. Sim, isso realmente acontece, porém o enredo se desenvolve muito além da nuvem e do personagem principal Jack Gladney e sua família. Em resumo, o livro traz o conceito de morte como ator e protagonista da história.

Jack e sua família moderna, cheia de filhos de casamentos anteriores, um símbolo claro para a constituição de uma nova forma da instituição familiar, ajudam a compor o romance.

A vida pacata de Jack, professor universitário de uma disciplina nada convencional, se transforma após sua trapalhada exposição à nuvem tóxica. Sob o contexto da modernidade, as fobias e medos aprisionados em cada personagem demonstram a louca sensação de viver em nosso tempo.

A OPINIÃO

De modo geral, considerei o livro demasiadamente enrolado para chegar numa conclusão genuinamente gloriosa. Dentro da obra o final é acima da média, feito que a tornou mais interessante.

A NOTA: 7,0

quinta-feira, 10 de março de 2016

O medo de falhar – Sobre produzir conteúdo para a internet


A internet possui recursos praticamente infinitos para se obter conhecimento. Você quer aprender a fritar um ovo ou conhecer as teorias de Pitágoras? Enfim, tudo está ali disponível para ser consumido. No entanto, o filtro no qual apreendemos esse conhecimento às vezes é desligado e passamos a acompanhar coisas relativamente fúteis e que não fazem bem para o nosso aperfeiçoamento terrestre.

Assistir apenas um tipo de gênero de vídeo no YouTube  faz bem? Gameplay, humor ou clipes? Realmente não sei se existem pessoas que são tão segmentadas virtualmente.  Em suma, o exagero em certos nichos da internet não é bom, assim como o velho ditado que diz que nada em exagero faz bem.

Mas ressalvo que num dia desses ao ver um vídeo corriqueiro no YouTube, algo me chamou a atenção.  Trouxe à tona uma verdade que me deixou estagnado e me fez refletir sobre uma verdade absoluta.  Há tanta gente produzindo vídeo, há tanta gente escrevendo besteira na internet e há tanta gente vivendo disso que de imediato me fez pensar o seguinte:

“O aperfeiçoamento contínuo da teoria não me deixa colocar em prática meus aprendizados”.

Meu antigo blog trazia conteúdos aleatórios, desenhos e tanta coisa mal elaborada que me fez repensar minha contribuição para a internet. O problema deste atual blog é que planejo tanto, evito ao máximo errar algo que acabo por não arriscar ou produzir. Seria o medo do erro, basicamente.

Se os homens vivem em contínuo aperfeiçoamento, por que este blog deve ser perfeito desde o princípio? Se não me arrisco, não aprimoro minha escrita. Acredito que a constante hesitação em postar, escrever ou desenhar algo autoral tem ligação direta com o amadurecimento – talvez equivocado – de que minha autocrítica está demasiadamente exagerada. O julgamento alheio sempre haverá, seja benéfico ou não para o crescimento pessoal. Se paralisamos por conta dos olhares alheios, jamais melhoraremos nossas vidas pessoais/profissionais.

É mais fácil olhar e julgar, correto? Por que não fazemos melhor? Somos condicionados a observar tanta coisa ruim na grande mídia e temos ciência desse fato. O problema maior é ter consciência dessa deficiência de conteúdo, julgar numa opinião binária, do que realmente se concentrar e tentar mostrar ao mundo que você também pode criar algo melhor e de quebra surpreender as pessoas.

Não se deixe estagnar por encontrar excesso de falhas em seu trabalho. Melhor falhar e aperfeiçoar do que não falhar por não tentar.

FIM.